sexta-feira, 23 de outubro de 2009

50% do Fundo do Pré-Sal Pra Educação!

O debate realizado nesta quara feira, 21, em conjunto com a UGES, SindPetro e com a UPE, foi um sucesso, com uma participação fundamental de vários CA's, o presidente da UPE, Paulo Rosa, fez uma explanação das discussões que ocorreram nas universidades do Paraná e sobre a campanha da UNE que tem gerado intervenções por todo o Brasil, que é a de que 50% do fundo do Pré-sal seja revertido para a educação, que tem um papel fundamental na transformação do nosso país. O sindicalista Silvonei do SindPetro, explanou sobre o crescimento da Petrobrás, e uma visão técnica de todo mercado de petróleo do Brasil, a questão dos leilões, das mobilizações dos sindicatos, e da descoberta do pré-sal e do papel fundamental da sociedade civil em torno dessa conquista. No final foi colhida assinaturas que serão encaminhadas ao projeto de lei que regulamenta os marcos do petróleo no nosso país.
Se informe sobre as propostas dos movimentos socias, e discuta com sua familia, com seu bairro, na sua sala de aula. Todas as discussões só tem um objetivo, que a soberania do Brasil seja valorizada e que o povo usufrua das riquezas do nosso povo.
As assinaturas serão colhidas pelos Centros Acadêmicos e se você precisar de mais informações passe na sede do DCE e pegue o material, cartilhas, adesivos, cartazes e um CD contentdo várias informações sobre o Pré-Sal.
vejam as propostas do Projeto de Lei que conterá as assinaturas:
- Por uma nova lei que garanta ao Estado brasileiro o controle e planejamento sobre onde serão investidos os recursos oriundos do Pré-sal.
- Cancelamento dos leilões da Agência Nacional do Petróleo(ANP) e anulação dos anteriores;
- Mudança da lei do petróleo, reestabelecendo o monopólio estatal e o fim dos leilões;
- Fim da exportação do petróleo cru, com investimento na indústria petroquímica nacional;
- Fundo Soberano Nacional de investimento voltado para as necessidades do povo brasileiro;
- Respeito às populações impactadas, defesa da produção nacional e internacional solidária e integradora;
- Avanço nas pesquisas de nova matriz energética, limpa e renovável, com redução do uso do petróleo;
- Que a exploração e produção sejam realizadas pela petrobrás 100% estatal;
- Imediato mapeamento das reservas do Pré-sal pela Petrobrás;
- Apoio a todas as campanhas contra as privatizações e pela retomada de empresas contruídas pelo povo brasileiro e contra a criminalização dos movimentos sociais;
- 50% DO FUNDO DO PRÉ-SAL PARA A EDUCAÇÃO!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Qual universidade nós queremos?

UNE debate em Brasília a necessidade de transformação da universidade brasileira e os pontos que serão levados pela entidade à Conferência Nacional de Educação.

Sol, calor e muito debate no Distrito Federal, no sábado, 17. O movimento estudantil ocupou o auditório 2 Candangos, na Faculdade de Educação da UnB, e discutiu a Reforma Universitária da UNE e o que deverá ser apresentado na Conferência Nacional de Educação (CONAE) em 2010.
Uma instituição democrática? Gratuita? De qualidade? Qual a universidade nós queremos construir? Essas questões permearam o posicionamento dos estudantes durante o debate, que contou ainda com a presença de Gustavo Balduino, secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e Paulo Henrique Rodrigues dos Santos, coordenador geral da Federação dos Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (FASUBRA).
“Vocês têm um grande poder político perante o Ministério da Educação”, admitiu Gustavo Balduino, secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), ao comentar que o debate e a mobilização terão espaço na CONAE 2010. “A reforma universitária é necessária, pois nosso modelo está atrasado. Ela tem que estar alinhada com o projeto de desenvolvimento do país”, concluiu Balduino, mencionando ainda que a sociedade deve brigar pela autonomia das Instituições de Ensino Superior. Para a Fasubra, é preciso ir além. “Só existe autonomia com democracia”, pontuou o coordenador geral, Paulo Henrique Rodrigues dos Santos.
O vice-presidente da UNE, Tiago Ventura, também representante da entidade na comissão nacional da organização do CONAE 2010, já antecipa a pauta do evento: “entraremos na conferência apontando que houve avanços, mas que ainda não é a educação que queremos”, disse. Além da necessidade de avançar na construção da universidade, os debatedores da mesa concordaram que precisaremos lutar pela ampliação do setor público e pela melhoria da qualidade do ensino privado.
Para a UNE, os brasileiros precisam de uma universidade mais justa, que contemple todos os estudantes, que inclua todas as raças, credos e opções sexuais. Que dê oportunidade ao índio, ao negro, aos menos favorecidos. A reforma universitária que a entidade apresentou e está tramitando na Câmara dos Deputados propõe muitos avanços nesse sentido.

Acesse a cartilha da reforma universitária:

http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2008/img/cartilha_reforma_universit_ria_reduzida_pdf.pdf

Unicentro recebe o espetáculo musical “Cantar e Viver o Brasil”

A Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) recebe no dia 23 de outubro, às 20h, o espetáculo musical “Cantar e Viver o Brasil”. O evento acontece no Auditório Francisco Contini, no Campus Santa Cruz (Guarapuava), sendo que a entrada é 1kg de alimento não perecível, que será destinado à instituições carentes.
O show apresenta a história política do Brasil e a trajetória da música popular brasileira. Criada pela Editora Positivo e pela Cia de Teatro Regina Vogue, a peça revive a história contemporânea brasileira, reunindo momentos de alegrias, tristezas, euforias e reflexões. Em cena, os atores mostram o amadurecimento do país, suas conquistas e suas paixões.
Voltado ao público adolescente, o espetáculo integra a programação de Marketing Cultural da Editora Positivo, que envolve ações culturais e educacionais com o intuito de aliar o entretenimento ao conhecimento, disseminando o teatro em todo território nacional. A produção é assinada pela paranaense OC Promo e coloca sete jovens atores em cena.

Construa seu Centro Acadêmico


Conquistar uma vaga na Universidade foi sem dúvida um grande desafio para todos nós. Afinal, noBrasil apenas 10% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior. Passar no vestibular e concluir um curso superior ainda é uma conquista possível a poucos brasileiros. Tiver a universidade para além da sala de aula faz parte da nossa formação acadêmica plena. Na universidade construímos ou consolidamos nossa visão de mundo e dentro dela também podemos ajudar a construir um país mais democrático e justo. É por isso mesmo que afirmamos quenos acomodar não pode ser uma opção.Depois do vestibular, muitas lutas nos aguardam. A batalha pela redução das mensalidades abusivas nas Universidades privadas, a luta por mais qualidade de ensino, pelo direito a termos bons professores, por mais livros na biblioteca, contra as taxas para prestação de serviços, por mais e melhores vagas nas Universidades públicas com mais verbas para a assistência estudantil.Para enfrentar esses desafios são essenciais a nossa união e organização. A UNE representa a força de milhares de Centros Acadêmicos espalhados por todo o Brasil. Força já demonstrada na luta pelo fim da ditadura, pelo impeachment do Collor, pelo fim do sucateamento das Universidades públicas, nas ocupações de reitoria por todo o Brasil. Outras várias ações que ilustram a vitalidade do Movimento Estudantil muitas vezes não são contadas nos livros de história, mas tem grande significado na construção de uma Universidade melhor e mais democrática: são as lutas desenvolvidas por cada estudante e Centro Acadêmico no seu cotidiano.
Com a colaboração dos CA's, nessa gestão realizamos grandes passeatas por todo o país; estamos formulando o projeto de Reforma Universitária da UNE; realizamos encontros de estudantes do PROUNI para aperfeiçoar esse programa de democratização do acesso à Universidade; efetivamos a consolidação de diversos Cucas (Centros Universitários de Cultura e Arte) Brasil a fora que agora organizam e convocam a 6ª Bienal de Arte e Cultura da UNE; demos passos decisivos no sentido de viabilizar a reconstrução da sede histórica da UNE na Praia do Flamengo, 132; lutamos pela legalização do aborto no Brasil; realizamos a 1ª Caravana da UNE que percorrerá todos os 27 estados do Brasil debatendo comportamento, saúde e educação; homenageamos, 40 anos depois, todos aqueles que fizeram de maio de 68 um momento antológico para o mundo.
É para que você faça parte dessa história com a gente que a União Nacional dos Estudantes convida você a construir o Centro Acadêmico de seu curso. Organizando seu CA, além de ampliar os direitos e conquistas dos estudantes do seu curso, você estará ajudando a construir um Movimento Estudantil ainda mais forte. Construa agora seu CA e venha participar do 12º CONEB (Conselho Nacional de Entidades de Base) da UNE que será realizado entre os dias 17 e 20 de janeiro de 2009 na cidade de Salvador, Bahia.
Agora é com você. Reúna a galera e ajude a escrever uma nova página na história do Brasil.

OUVIDORIA DO DCE

SE VOCÊ PRECIDA DE AJUDA, SE VOCÊ TEM ALGUM PROBLEMA PARA RESOLVER NA UNIVERSIDADE, LIGUE OU MANDE UM EMAIL PARA A OUVIDORIA DO DCE.
FONE:
42 36211068
EMAIL:
COMUNIDADE ORKUT:

CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO É UM SUCESSO EM GUARAPUAVA

Nesta seunda-feira dia 19 ocorreu na UNICENTRO a conferência intermunicipal de comunição que contou com a presença de vários municípios da região de Guarapuava e Irati. A conferência foi organizada pela APP, SISSPMUG, DCE/Unicentro, DECS-departamento de comunicação social da UNICENTRO, mandato do vereador Dr. Antenor, mandato da vereadora Eva Scharam, movimento de apoio ao campesinato, MST, mandato do Deputado Dr.Rosinha, Central Cultura de comunicação, Assembléia Popular e a comissão pró-conferência de comunicação do Paraná.
O evento começou na manhã de segunda-feira que teve palestras da Carmelita da Casa Brasil de Curitiba, do Professor Paixão, e do jornalista Carboni da Rádio Cultura que resgatou um pouco da história da comunicação de Guarapuava.
Na parte da tarde os debates se intensificaram e foi formulada uma carta com as propostas de Guarapuava para a ConfeCom. Amanhã estarão disponíves no blog as resoluções aprovadas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

PRE SAL EM DEBATE NA UNICENTRO DIA 21

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unicentro, juntamente com o Sindicato dos Petroleiros do Paraná (SINDIPETRO) e a União Paranaense dos Etuantes (UPE), promove no próximo dia 21 o evento PRÉ Sal em debate, as 19 horas, na Sala de Multimeios do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, na sede da Universidade, em Guarapuava.
Para Luan Chagas, presidente do DCE o evento é importante porque descoberta das reservas do pré-sal tem provocado grandes debates em todo o país. Desde sua descoberta, muitos passaram a defender novos modelos de regulação para preservar uma parte maior desta riqueza para o Brasil. As propostas envolvem mudanças no atual marco legal, da atual Lei do Petróleo, lei nº 9.478 de 1997.
Comunicação DCE

Acadêmicas de secretariado executivo protestam contra rebaixamento do curso

Acadêmicos do curso de Secretariado Executivo da Unicentro promoveram umna manifestação na noite desta quarta-feira (14) em frente a Instituição.
O movimento que teve o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE) é contra a transformação do curso acadêmico para curso técnico.
"Não somos contra tecnólogos e nem os administradores, mas não queremos essas nomenclaturas para o nosso curso que hoje é bacharelado, somos contra esse rebaixamento. O bacharelado é um direito nosso e adquirido", afirma Renata Barboza que curso o terceiro ano.
"Querem transformar o nosso curso em curso fantasma. Os que já se formaram vão perder o diploma", reclama a acadêmica do primeiro ano Carla Marlana.
Segundo as universitárias, com a mudança que está sendo proposta pelo Ministério da Educação, muda também a grade do curso.
"Esse curso existe no Brasil há 45 anos e forma profissionais polivalentes e mutifocados que extrapola as funções corriqueiras de um escritório. Essa visão é errônea", afirma Carla.
O professor Raimundo Nonato Junior e o diretor do Setor de Ciências Palicadas da Unicentro, professor Lima, encontram-se em Brasília gestionando junto ao ministério para que essa proposta não seja levada adiante. A decisão sai nesta quinta-feira (16).

FONTE: http://www.redesuldenoticias.com.br/noticias/noticia.asp?id=23998

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

PRÉ-SAL EM DEBATE NA UNICENTRO

ATENÇÃO!!!
Dia 21 de out. de 2009, as 19hrs na sala de multimeios do SEHLA, acontecerá um debate sobre o PRÉ-SAL, que contará com a participaçao da União Paranaense dos Estudantes e do SINDIPETRO - SINDICATO DOS PETROLEIROS.
VENHA CONTRIBUIR COM A TUA OPINIÃO!!!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Unicentro está sediando etapa da I Conferência Nacional de Saúde Ambiental

ação do homem sobre a natureza e, em decorrência disso, impactos cada vez mais graves sobre a saúde humana, o clima e os ecossistemas do Paraná foram foco das discussões, hoje, terça-feira, no auditório da Unicentro onde está acontecendo mais uma etapa da 1ª Conferência de Saúde Ambiental. O evento termina às 18 horas.
O tema central da Conferência é “Saúde Ambiental na Cidade, no Campo e na Floresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis”. Em pauta discussões como o uso excessivo de agrotóxicos, qualidade da água e estratégias em saúde ambiental apontadas pela população das zonas rurais e urbanas.
A Conferência objetiva debater localmente as prioridades e propostas para uma política de saúde ambiental integrada.

http://www.redesuldenoticias.com.br/noticias/noticia.asp?id=23851

O DCE participa das dicussões desde a manhã de hoje.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Unicentro realiza jantar beneficente em prol da Pastoral da Criança

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) promove no dia 8 de outubro, às 20h30, no Salão da Catedral, o “Jantar Beneficente Pastoral da Criança”. Os ingressos custam R$ 20 e podem ser retirados na Reitoria da Universidade, sendo que o valor arrecadado será destinado à Pastoral da Criança de Guarapuava.
A ideia do jantar beneficente partiu da Reitoria da Unicentro, quando recebeu a notícia de que a médica sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e atual coordenadora internacional da entidade, estará em Guarapuava no dia 8, fazendo uma conferência no Mídia Cidadã 2009.
De acordo com a coordenação do evento, os pratos serão preparados por um buffet e, na medida do possível, professores e funcionários da Universidade ajudarão, voluntariamente, na recepção, reposição dos pratos, a servir as bebidas e em outros trabalhos.

“Da campanha ‘O Petróleo é Nosso’ ao Pré-Sal: A UNE a favor do Brasil!”

Com o anúncio das riquezas submarinas descobertas em águas profundas da costa brasileira, a diretoria da União Nacional dos Estudantes passou lutar por mais uma bandeira. A UNE defende que 50% do Fundo Social, que será criado com os recursos da exploração do petróleo, sejam investidos na Educação. Leia a entrevista com o estudante Augusto Chagas, presidente da UNE, que explica a posição da entidade.

Por que a UNE decidiu entrar nessa campanha pelo Pré-sal?
Não é de hoje que a União Nacional dos Estudantes defende o patrimônio territorial e econômico do Brasil. Nos anos 50 a entidade foi protagonista de uma das movimentações mais importantes para o país, lembrada até os dias atuais como a campanha “O Petróleo é Nosso”. Naquele período – que foi de 1947 até 1953 – a UNE uniu a sociedade brasileira, indo contra aos que defendiam um modelo neoliberal, em que o ciclo do petróleo fosse para as mãos de empresas privadas e estrangeiras.
Assim, foi natural pensarmos nisso quando a Petrobras anunciou ter localizado nas camadas pré-sal elevado potencial petrolífero. O fato das reservas do óleo no país poderem quintuplicar (dos atuais 14,2 bilhões de barris chegando a 70 bilhões) demonstra que o Pré-sal é um imenso patrimônio do Brasil e que deve servir aos interesses da Nação. Por isso, a UNE volta a mobilizar a sociedade na luta para garantir que a riqueza do Pré-sal fique com o nosso povo. O mote que adotamos é: “Da campanha “O Petróleo é Nosso” ao Pré-Sal: A UNE a favor do Brasil! ””.

Qual é o volume de recursos que essa riqueza representa?
Ainda não se sabe exatamente o quanto em dinheiro poderá ser arrecadado com o Pré-Sal, mas estima-se que o volume poderá multiplicar por 6 (seis) nosso Produto Interno Bruto (PIB), que foi de R$ 2,9 trilhões. Entendemos que com isso o Brasil tem em mãos uma oportunidade ímpar para alavancar um novo desenvolvimento nacional que, na nossa opinião, deve priorizar a elevação da condição de vida do povo brasileiro.

Como os recursos do Pré-sal podem melhorar a vida do brasileiro?
Com a criação de um fundo constitucional, que terá como recurso a arrecadação da União com o Pré-sal e outras áreas estratégicas, e que deve ser destinado para educação, cultura, ciência e tecnologia, meio-ambiente, combate a pobreza e desenvolvimento do país, com percentagem definida por lei para cada área. Este instrumento, além de garantir o investimento em áreas estratégicas, impede o dispêndio desta riqueza com o pagamento da divida pública.
No governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (FHC), as opções privatistas adotadas influenciaram diretamente na política de exploração do petróleo. Na época, esse setor conservador que governava o país diminuiu a participação da União na Petrobras, restando na mão do Estado brasileiro apenas 39% das ações da empresa. Além disso, retirou o exercício exclusivo do monopólio da União por uma única empresa estatal - só não conseguiram privatizar a Petrobras graças ao combate feito pela UNE e diversos setores da sociedade nesses anos neoliberais.

Quais serão os ganhos para o Brasil como um todo?
A descoberta do Pré-sal abre um novo período do desenvolvimento brasileiro, pois é a oportunidade de se constituir uma indústria nacional forte. Por isso Devemos investir em todo ciclo produtivo do petróleo, que passa pela extração, transporte e refino e outras áreas. A produção de plataformas, navios e a construção de refinarias em nosso país representará ainda uma forte retomada da indústria do ciclo petrolífero, sem contar a criação de milhões de empregos diretos e indiretos.

No atual momento, quando se fala em petróleo, automaticamente se pensa na questão do meio-ambiente. Como vocês estão lidando com o tema ambiental?
Entendemos que esta descoberta ainda deve contribuir para a preservação do meio-ambiente, pois os recursos provenientes do Pré-sal vão servir de instrumento para alavancar o desenvolvimento de energias renováveis. Com dinheiro para investir em modernas tecnologias será possível diversificar ainda mais nossa matriz energética. Esperamos que assim o Pré-sal contribua para colocar o Brasil na ponta da elaboração de energias renováveis.

Qual o foco da campanha da UNE?
Historicamente lutamos pelo avanço da educação e para ampliar os investimentos na área. A União Brasileira dos Estudantes terá novamente papel principal nessa fase. A entidade passa a partir de agora a concentrar toda sua força, com o apoio dos estudantes, na defesa de dois eixos fundamentais:

· 50 % do Fundo do Pré-Sal para educação;
· Por um novo marco regulatório do petróleo com monopólio estatal.

Consideramos indispensável a aprovação de um novo marco regulatório que garante o controle estatal da produção do petróleo. A idéia é fortalecer a Petrobras, patrimônio conquistado na campanha “O Petróleo é Nosso”, de modo que ela seja a operadora exclusiva do Pré-Sal. O Estado precisa, assim, retomar o capital acionário da empresa, saindo da condição vergonhosa em que se encontra, na qual praticamente 60% de suas ações estão nas mãos da iniciativa privada, em especial do capital estrangeiro. Isso foi fruto da lei do petróleo de 1997, do governo neoliberalista de FHC.
Deve também constar desta mudança da lei do petróleo uma nova divisão da rendas advindas dos royalties e participação especial, garantindo, desta forma, uma redistribuição para todo o país que contribua para a diminuição das desigualdades regionais e para o pleno desenvolvimento da nação. Essa é a proposta da União Nacional dos Estudantes, herdeira e protagonista da luta por um Brasil soberano.

‘Mídia trata Honduras de modo caricato, grosseiro e preconceituoso’

Escrito por Rodrigo Mendes, colaborou Valéria Nader

Um golpe de estado em um país da América Latina, região com bagagem de golpes e ditaduras, colocou Honduras na pauta do jornalismo internacional. O presidente eleito democraticamente, Manuel Zelaya, foi tirado à força do poder, com o aval de diversas instituições do país.

Roberto Micheletti foi alçado à posição de presidente. Seguiu-se intensa polêmica na interpretação da Constituição do país, onde especialistas favoráveis, contrários e também em posição de neutralidade relativamente ao golpe têm se manifestado de diferentes maneiras na análise quanto ao respaldo que as leis do país dão à deposição de Zelaya. Condenações a esse processo têm vindo, no entanto, de todas as partes do mundo e, principalmente, do povo hondurenho, que foi às ruas protestar contra o golpe e o atentado à democracia.

Por vários dias, Honduras foi o principal destaque dos noticiários. Mas a engrenagem precisa rodar, o jornalismo é um negócio como outro qualquer. Portanto, aos poucos, Honduras foi desaparecendo das principais manchetes e parecia seguir seu rumo inevitável em direção às pequenas notas de pé de página.

Tudo levava a crer que a política do fato consumado prevaleceria. Afinal, ainda que Zelaya não possa ser considerado um inimigo do império, as posições conservadoras de Micheletti, em conluio com a elite oligárquica hondurenha, são bem mais palatáveis para a maioria dos governos, em especial o dos EUA.

Porém, uma reviravolta inverteu esse curso. A diplomacia brasileira resolveu interceder de maneira mais direta em favor de Zelaya. O presidente Lula foi objetivo ao afirmar que a base mínima para uma saída para a crise em Honduras seria a volta de Zelaya ao poder. O hondurenho voltou clandestinamente ao país e se abrigou na embaixada brasileira.

Segundo o dirigente nacional da Conlutas Dirceu Travesso, que esteve em Honduras, a resposta do governo golpista foi exagerada, o que levou a um processo de agudização e radicalização dos protestos populares, em especial nas regiões mais periféricas. A crise e o desabastecimento iniciaram um processo de saques. A repressão violenta, segundo Travesso, levou até à tomada de delegacias e postos policiais pelo povo.

A reação exagerada criou condições políticas tão ruins para os golpistas que sua política teve que ser revista. Conta Dirceu Travesso que até mesmo a igreja, instituição que inicialmente deu seu apoio ao golpe, passou por uma mudança em sua postura, sinalizando uma negociação.

Esse recrudescimento de Micheletti e de seus capangas fez com que os golpistas não tivessem condições materiais para se impor a ninguém. A intervenção brasileira havia trazido com toda a força Honduras à ordem do dia. Não há mais condições para a política do fato consumado.

Dirceu Travesso afirma que é preciso defender a embaixada brasileira em Tegucigalpa, mas alerta quanto a que a postura brasileira se manteve "muito tímida". Ele entende que, "pela dimensão da situação, já deveria ter sido iniciado um boicote econômico, político", e que, se os presidentes de perfil mais próximo como Hugo Chávez, Evo Morales, Daniel Noriega e outros tivessem formado uma frente, de início, contra esse processo, os golpistas já teriam sido derrotados.

De qualquer forma, a política de Micheleetti mostrou ser um tiro no pé, pois fez crescer ainda mais seu isolamento, como explica brilhantemente
artigo de Atilio Boron neste Correio. Em posição cada vez mais frágil, Micheletti se enfraquece e Zelaya se revigora.

A cobertura da mídia

Os méritos da diplomacia brasileira, porém, não se refletem na cobertura que a mídia faz dos eventos recentes. Não que seja papel do jornalismo assumir uma postura ufanista ou triunfalista, exaltando os feitos de um governo.

O problema é a cobertura da maioria dos veículos de comunicação prestar muito mais atenção a aspectos laterais do processo do que ao quadro geral. O comportamento de Zelaya dentro da embaixada brasileira passou a ser muito mais importante – não só para a mídia, mas para o campo demotucano dos políticos brasileiros – do que a resolução da crise em si.

Os jornais de maior circulação têm diversos artigos e matérias comentando e relatando a inadequação do "hóspede" da embaixada, ao se comportar como um "agitador" de seu próprio povo. É preciso garimpar para se achar algumas linhas sobre o andamento político de fato da situação de Honduras.

Dirceu Travesso condenou essa postura. Segundo ele, a mídia tem tratado o tema de forma grosseira, caricaturizando Honduras, até mesmo com fortes tons de preconceito.

Diante da percepção de eventuais prejuízos à sua imagem em face do escancaramento dessa postura, vários dos maiores veículos de comunicação, em especial a Globo, deram uma guinada em sua linha editorial nos últimos dias. O governo de Micheletti, antes chamado de "golpista", passou a ser chamado de "interino".

De novo a Ditabranda

Em editorial do dia 29 de setembro, a Folha de S. Paulo afirma que Zelaya "abusa" da hospitalidade diplomática brasileira. Na seqüência, aponta uma posição "estranha" do Brasil ao negociar diplomaticamente com Cuba, Irã, Venezuela, Zimbábue, Líbia, e se recusar a negociar com o golpista Micheletti – este último, segundo o editorial, de "categoria bem mais tênue de ilegitimidade democrática".

No mesmo dia, em sua coluna televisiva na Rede Globo, Arnaldo Jabor, não sem antes frisar que Zelaya não poderia ter sido deposto, questiona se ele é de fato um democrata. Condena Zelaya por contar com o apoio dos governos de Venezuela e Nicarágua. Jabor afirma ainda que ele não foi deposto pelo "velho golpe dos latinos, porrada e fuzis", mas sim por uma decisão da Suprema Corte, com apoio da Igreja e de grande parte do congresso hondurenho. Sendo assim, Jabor qualifica o golpe sofrido por Zelaya de "democrático", pois viria em oposição às "democracias brancas" que estão surgindo, como a da Venezuela.

Dirceu Travesso afirma que a política prioritária do imperialismo dos Estados Unidos não é mais a da intervenção, como aconteceu em Honduras. Mas, diante de um quadro de polarização social, pode-se usar da repressão. Daí a relevância que adquire o golpe em Honduras. E, segundo Travesso, a grande importância que teria uma reação mais contundente, à altura da gravidade dos fatos.

Ainda que a intervenção direta não seja mais a linha prioritária da política externa norte-americana, pelo menos na América Latina, quando um governo agrada mais aos EUA e às elites, é ainda pintado como " mais democrático " – aos observadores atentos não pairam dúvidas nessa percepção. Trata-se daquela "democracia" que, obviamente, mais convém aos interesses daqueles aos quais não interessa que se mexa nas estruturas políticas e econômicas secularmente montadas para lhes servir, e que contam com os fortíssimos aparatos midiáticos para ecoarem suas posições.
No caso, a "democracia" do golpe de Micheletti é mais interessante do que a democracia de uma eleição direta de alguém que potencialmente pode ser "menos amigo", como Zelaya. Logo, melhor focar nas minúcias sobre o suposto mau comportamento de Zelaya e sobre os elementos atenuantes do golpe de Micheletti do que centrar o debate no fato de que, após anos, houve novamente um golpe militar em um país latino. E que esse pode não ser o último golpe.

Rodrigo Mendes é jornalista; Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania.